quinta-feira, abril 19, 2007

Tenho medo de te conhecer e nem sequer te devia olhar nos olhos. És transparente e límpido como a água. A cada gesto, a cada olhar, a cada palavra denuncias-te e eu gostava de te não entender. Tenho até medo de te falar...Gosto de ti assim, sem mais informação, sem mais opinião, sem mais profundidade do que tu sentes. Mas não consigo deixar de te conhecer. Basta tocar-te nas mãos para me dizeres tudo em silêncio,olhos nos olhos. Tudo, mesmo o que te assusta e confunde...sim, mesmo o que te assusta e confunde! E compreendo-te tão bem que retraio palavras, para não te embaraçar, porque tu não sabes que tas pudesse dizer... Gosto de ti assim, muito, e por favor,deixa-me continuar contigo, deixa-me Ser para ti, mas impede-me de te conhecer ainda mais. Assusta-me olhar para ti e conhecer-te assim tão bem,sem palavras,sem confidências......... Que quererá Deus que eu faça ao dar-me esse dom de te conhecer?
A distância não é o que nos separa dos outros. A distância é a ausência de presenças, ainda que as tenhamos por perto.......

terça-feira, abril 17, 2007

Menino perdido,achado nos outros... Sossega! Deixa-te amar devagar. Impões rapidez às tuas palavras e imprimes-lhes ansiedade. Não as deixes partir só por partir. Dá-lhes tempo e coloca-as no tempo, transporta-as nas mãos, em silêncio. Só conseguirás encontrar-te quando o teu silêncio for palpável e a tua mão tiver plena certeza do que fala. Só serás menino achado, quando te perderes nos outros.

domingo, abril 15, 2007

Chega a noite, devagar... Controversa por sinal! Carregada de ausência de luz, de mistérios, de sustos. Enrosca-se no dia, apertando-o com tal intensidade que o faz desistir. Vencedora, invade pensamentos, encobre vultos, silencia a natureza...E silencia-nos a nós também. Para-nos, propicia-nos o merecido descanso de tantas andanças, de maratonas com o tempo, desta correria para apanhar a vida. Chega infelizmente e chega finalmente...Rouba-nos o sol, mas deposita-nos no coração a esperança no dia de amanhã...
O crucifixo

Um homem, numa rua estreita, olhava piedosamente para um crucifixo de madeira exposto numa montra.
Estava tão atento que, durante alguns instantes, não notou que uma criança estava a seu lado, também ela a contemplar. Quando a viu, perguntou-lhe:
- Diz-me, meu menino, sabes o que representa esta imagem?
A criança respondeu:
- Claro que sei. É Nosso Senhor. Mataram-no, crucificando-o numa cruz.
O homem felicitou-a:
- Muito bem. Vejo que conheces a vida de Jesus.
A criança respondeu:
- Foi a minha mãe que me ensinou. Quando era muito novo, perguntei-lhe quem era aquela pessoa pregada numa cruz. E foi ela que me disse que era Jesus. E ensinou-me a rezar-lhe.
O homem respondeu:
- Estou contente com as coisas que sabes. Adeus.
O homem continuou o seu caminho. Pouco depois, sentiu que alguém corria atrás dele. Olhou para trás. Era a criança. Ao chegar junto dele, parou e disse-lhe:
- Senhor, esqueci-me de lhe dizer o mais importante: Jesus foi crucificado. Mas, três dias depois, Ele ressuscitou! Está vivo!