terça-feira, novembro 30, 2010

Simplicidade


Há tempos em que granjeamos incessantemente palavras que definam o que sentimos ou vivemos. Tantas vezes em vão, porque não são suficientes, porque não são completas, porque podem enganar, porque não cabem em nós. Abrem-se os dicionários da alma, rabiscam-se umas linhas interiores, consulta-se a gramática da experiência, mas tudo o que surge parece não encaixar, parece tão pouco para a imensidão ou confusão imersas na urgência de uma conclusão. A palavra tem muitos cantos. Os cantos mais complexos são os que nos afastam da exactidão, são os primeiros a ser procurados, porque parece que hoje o essencial é ser difícil, obscuro e quase inalcançável, como prova irrefutável da inteligência humana. Os cantos mais fáceis correm o risco de se tornarem banais, aborrecidos e obsoletos, porque não trazem novidade e aparentam não possuir sabedoria. Ando há tempos à procura deste lado mais fácil para afirmar o que vai por cá, para até nem me baralhar a mim própria. E as palavras exactas, certeiras e cheias surgem em diálogo com a Marta que me diz: " A mim não me pagam para ensinar, pagam-me para aprender." É isso...tão perto, tão simples! A mim não me pagam para ensinar, pagam-me para aprender. Um puzzle é o que nos colocam à frente. De acordo com a imagem sabemos que a peça devia ser colocada de determinada forma, mas o restante puzzle vai obrigar-nos a encaixar de outra maneira. É o puzzle que ensina a completar, sou eu que aprendo a cada dificuldade de encaixe.

segunda-feira, novembro 29, 2010

Tempo de esperança

Partilhar é muito mais do que dar...

quarta-feira, novembro 24, 2010

Para aqueles que só eu sei :)



De volta a este canto...para os que gostam e também para os que não gostam :D

Festa


A festa permitiu-lhe fechar aquela ferida antiga e macilenta que por vezes lhe entorpecia a bondade e a tolerância. Como peixe em água, rodou por todos os convidados sem se sentir nefasta e inútil, afinal, o seu traço também estava lá. Bateu-lhe com força a saudade de projectos inacabados, de sonhos por realizar, de caminhos por andar, quando o primeiro rosto surgiu no ecrã branco com fundo negro e uma lágrima não quis fazer-se rogada. Surge a petição, mas a ferida já fechou e não entra nem sai mais nada. Foi o tempo, já não é o tempo, não se deixa levar pelo entusiasmo da festa que tantas vezes faz olhar tudo de uma outra forma, como se as dificuldades tivessem deixado de existir. Aquele ambiente já não é o seu e, no entanto, não se sente membro do passado, mas membro presente e do presente, visto que a memória nalguns casos é mais poderosa do que os dias que passam. Saiu com a certeza de que deixou marca, mesmo naqueles que a não entenderam. E o que fica é apenas uma cicatriz de dever cumprido. Diz que foi muito gratificante e construtivo ter passado por ali, mas que é tempo de ir com um coração novo e renovado no alforge...