quarta-feira, setembro 03, 2008

Velhice...

Eu sei que não nos devemos importunar com o futuro, com o que nos está reservado e onde chegaremos. Não sou de andar a pensar muito nisso, mas confesso que de há uns tempos para cá certas palavras e situações verificáveis quotidianamente me têm conduzido para a realidade de velhice. Como serei eu se chegar a ela? Não me preocupam as rugas, a fragilidade física e muito menos as cãs...não é isso que me agasta. Serei livre? Há gente que se prende a um mau humor oriundo não se sabe muito bem de onde. Sim, também sei que desconhecemos muitas vezes as razões desse mau humor, mas sempre assim tão insistente e perfurador? Digo isto, porque aqui há dias e até em jeito de brincadeira me dirigi a alguém já a entrar na velhice, com palavras simples e inofensivas, apenas a sugerir algo que até já foi feito por essa pessoa e vai que cai uma tempestade de rabugice e indignação em catadupa, como se eu tivesse ofendido mortalmente a pessoa visada. Por respeito e com tolerância, calei-me bem caladinha, a pensar " tu que andas quase sempre calada, que te deu agora para falar?"... Ficou a macerar esta reacção que desencadeou em mim uma sensação de impotência. É certo que sempre existiu o chamado choque de gerações, sempre há coisas a apontar, a defender ou a acusar e o mais certo é que eu também na minha velhice, se lá chegar, também o faça, porém, queira Deus que o saiba fazer suavemente, aceitando a voz dos outros com tolerância, sem ferir ninguém e sem deixar de ser quem serei. Oxalá o meu dedo aponte apenas para questionar o que é, não para eliminar quem é.

2 comentários:

Anónimo disse...

È verdade amiguinha...hoje em dia temos q ter cuidado c akilo q falamos e c q falamos...sejam eles novos ou "velhos"...As pessoas cada x + estão "vazias" por dentro...n tem nada...só arrogancia e maldade...
Há dias tb vi 1 "velhotinha" deitada no passeio da rua...e logo lhe deitei a mão pensando eu q tinha caído...kual é o meu espanto qd ela me insulta e me pede p a largar...eu toda envergonhada c deves imaginar...lá virei as costas a pensar se hoje em dia ainda se pode tentar ser bom ou ter bom coração...
N seremos nós, as q + sofremos??valera a pena lutarmos por algo q kuase já n há nesta sociedade tão materialista??Por x sinto-me s força p continuar a agir mediante a educação q tive...
N são sempre os ditos "maus" q nos passam á frente??
Espero q qd chegarmos a velhas(se chegarmos...)sejamos umas velhinhas amorosas e com capacidade de contar aos jovens c era o "nosso mundo"na altura...
Pelo menos pode ficar sempre a lembrança...
bjs da sempre amiga, Susana

Anónimo disse...

Se calhar essas pessoas não são assim tão vazias como dizem!

Vejam.... vivemos numa sociedade onde certos valores deixaram de existir. E não é só nas grandes cidades que isso se verifica!
Nas pequenas aldeias também!

Isso faz com que as pessoas ao verem uma atitude de generosidade, solidariedade desconfiem das intenções de quem a pratica.

Continuem a pratica-las para que esses valores não morram!