domingo, agosto 27, 2006

Sentado à tua beira está alguém implorando-te que pares por uns instantes. Teimas em seguir o teu rumo e pousas-lhe no rosto os teus olhos, mestres em enrugar o presente com o passado. Sentes nas fendas das tuas velhas mãos, com que lhe tocas o espírito, o sal de um desconsolo, e nem por isso esmoreces a tua apressada passagem! Por vezes, porém, paras e não te escuses do teu erro, porque o fazes rindo e engrandecendo-te nos únicos momentos em que te desejam pequeno e fugaz! Continuam a pedir-te que moderes a velocidade dos teus passos e tu, quando já vais longe, dizes que não podes voltar. Quando te reténs e ficas sarcasticamente para trás, moves quem te chama num ritmo descompassado...És cobarde, Tempo, e continuarás a sê-lo, até que todos desistam de lutar contigo!...

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