domingo, julho 27, 2008

Impressões...

Ficam-nos imagens, toques e gestos insistentes, permanentes, em ideia fixa e flutuante. Preenchem buracos, ocupam espaços, misturam-se ideias e ideais numa interrogação inútil e descabida, porque amanhã já deixou de ser.
Sair de nós implica um caminho íngreme, sempre a descer. É fácil, não custa e não cansa. Quando regressamos, perdemo-nos confusos e desconhecidos. Porque descemos cegos, não reconhecemos o trilho de regresso. Palmilhamos como se não fossemos de nós mesmos, como se algo absurdo nos tivesse aniquilado os sentidos. E então cansamos e acordamos...
Sair de nós, embriagados pelo que não somos, altera-nos a imagem, despista-nos da subida a empreender.
Descer é salutar, desde que não passemos pelo des-Ser. A partir do momento em que saímos de nós, quer por atitudes quer por pensamentos, deixamos de ter a lucidez, não a consciência, mas a lucidez que nos julgará mais tarde.

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