" Eu acreditei exaustivamente no saber até aos meus vinte e oito anos.(...) Deste modo, passei grande parte do meu tempo a organizar esquemas que encaminhassem o saber para dentro da minha cabeça, e a parte que me restava a constatar angustiado que, no ritmo com que eu estava a aprender, os setenta anos que eu vivesse deixar-me-iam ainda com a mão na porta do edifício onde me propusera entrar.(...)
Um dia olhei para dentro de mim e reparei, com pesar, que eu nunca mais saberia tudo, e que aquela minha avidez cognitiva era absolutamente estéril e ineficaz. Que teria de planear projectos menos ambiciosos e, sobretudo, que era tempo de ir procurar a vida da qual me tinha afastado e desprezado. Descobri então que talvez tivesse alguma coisa para dar e que, à maneira que ia dando e recebendo, eu me aproximava da grande imposição de viver que é qualquer coisa como o nosso todo vital posto em risco e aventura, conhecimento e energia, criação e descoberta."
António Alçada Baptista
Um dia olhei para dentro de mim e reparei, com pesar, que eu nunca mais saberia tudo, e que aquela minha avidez cognitiva era absolutamente estéril e ineficaz. Que teria de planear projectos menos ambiciosos e, sobretudo, que era tempo de ir procurar a vida da qual me tinha afastado e desprezado. Descobri então que talvez tivesse alguma coisa para dar e que, à maneira que ia dando e recebendo, eu me aproximava da grande imposição de viver que é qualquer coisa como o nosso todo vital posto em risco e aventura, conhecimento e energia, criação e descoberta."
António Alçada Baptista
Sem comentários:
Enviar um comentário