segunda-feira, junho 01, 2009

Segredos...

Costumam ver a luz das palavras em surdina, mesmo que ninguém esteja por perto, e em particular. De entre muitas, escolhe-se uma pessoa que os saibam acalentar num cantinho onde mais ninguém lhes possa chegar. Por comportarem uma carga que não se consegue suportar sozinho, ou porque nos alegram em abundância, ou porque nos preocupam ou entristecem, ou simplesmente, por qualquer outra razão que os fazem ser segredos, só deixam assentar sentimentos e sensações depois de serem soltos...e parece que fica um alívio, eles sossegam quando se sentem partilhados e deixam serenar, permitindo um maior discernimento sobre o que quer que se trate. Contar um segredo é uma das mais fiéis e profundas formas de partilha...Receber um segredo é um dos mais fortes indícios de confiança. Ter um número considerável de pessoas em quem se possa confiar um segredo é primoroso, não as coloquemos, porém, a todas sabedoras da existência deles, nem as chamemos constantemente a atenção de que se trata de um segredo e que, portanto, não deve ser dito...quem o acolhe com sincera cumplicidade, sabe que é para silenciar...!
Há depois aqueles que, para além da luz das palavras, a luz do tempo e das circunstâncias vão mostrando; há aqueles que a luz da cumplicidade vai guardando confiadamente e há aqueles outros que permanecem segredos a vida inteira à luz da unicidade humana!

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