segunda-feira, março 31, 2008

Onde está Deus quando acontecem coisas más?

Somos assim, sempre seremos assim, acusadores da inverosímil ausência de Deus aquando de situações dolorosas. Eternos ignorantes do significado dos silêncios e dos desígnios de Deus. O mistério aniquila-nos a inteligência e só a alcançaremos na fé...e de facto, nalguns casos, numa fé sem palavras. Palavras nossas, em jeito de consolação aos que sofrem, e palavras dos que penam, que só a acção do Espírito neles poderá iluminar . Não sabemos dar resposta a tudo, porque há perguntas que nos ultrapassam em larga medida. Deus concede-nos inteligentemente o silêncio para argumentar a Sua vontade.
Ao Amigo que me confrontou com tão pertinente questão e ao qual eu respondi que Deus está precisamente onde costuma estar quando acontecem coisas boas. E ele sabe isso! : )
Abraço sereno

Fertilizante que nos torna compactos...

" Todos podem ser grandes, porque todos podem servir." Martin Luther King

quarta-feira, março 26, 2008

Viagens

Nunca nenhuma viagem será em vão. :) Ainda que sofras nela, que te " desesperes " por não lhe veres o horizonte desejado, não poderá nunca ser por razão nenhuma. De certeza que não aprendeste a caminhar na primeira tentativa que empreendeste...De certeza que ainda te esperam muitas viagens e algumas delas tão inglórias, mas bastante educativas!!!!Deus ama-nos, mas também nos educa... ;)
Viaja...não tenhas medo do caminho nem do que ele te exigirá!

Lareiras...

Lareiras...De fogo brandinho vão aquecendo corações resfriados, com calma, de mansinho. Chama feita de toques delicados, de olhares abrangentes que desnudam os sentimentos, de sorrisos espaçosos ...... Brasa de boa lenha que permanece reinante por muito tempo. Não queimam, não acinzam...Acalentam e matizam gradualmente com distinção e ocultamente.
Lareiras ateadas com acendalhas transcendentes, lareiras humanas inflamadas pelo dom de saber aquecer, longe ou perto!
Lareiras sem fogo, só para decoração! Ainda bem, que há ainda quem faça a diferença e quem não se importe de se consumir.

Teatro

Aparecei...Promete ser engraçado!

Advertência: teatro apenas no palco para o efeito, não no palco da vida.

Tranquilizante: podeis ir descansados, porque eu não vou representar. :):):):):):):):):):)


Beijinho sereno

terça-feira, março 25, 2008

Pedir

Toda a gente carece e, por conseguinte, toda a gente pede. Ainda que uns mais do que outros, mais directa ou indirectamente, a alta voz ou no resguardo do silêncio íntimo do coração, talvez o que se faça mais seja pedir, mais até mesmo do que amar.
Acção inata e incessante entranha-se nas palavras, nos gestos, nos olhos, nas mãos, tornando-nos seres irremediavelmente pedintes. Bom augúrio quando o pedido é carregado de humildade, verdade, sensatez e realidade possível ou, pelo menos, provável. Porque nem tudo se deve pedir e nem a toda a gente. Imagino Deus já contando umas quantas inimizades por se ver a braços com requerimentos urgentes para quem pede, mas inconcebíveis na perspectiva dEle. O que pedimos, a quem pedimos e como pedimos...importantes estes três aspectos. Merecemos, de facto, o que imploramos? Pedimos a quem devemos e no momento certo? Às vezes falta-nos esse discernimento, porque o egoísmo,o bem próprio e também o desespero transpõem o muro do altruísmo e do bom senso. E depois vem a raiva, visto que os pedidos não foram concedidos e a quem se pede deixa de ser bom ou útil. Contai as vezes que pedis e as vezes que agradeceis...notai a diferença! Não é mal pedir, já diz o povo " Quem não pede, Deus não ouve", mas peçamos com calma e lucidez de espírito! Sejamos justos com o que pedimos...

terça-feira, março 18, 2008

A humilhação e o orgulho

Não se sabe até que ponto estes dois nomes abstractos têm um acordo entre si. A humilhação pode ser um motivo de orgulho e o orgulho pode levar à humilhação. Diante destas duas hipóteses, a de se humilhar e a de se ser orgulhoso, dificilmente o ser humano opta pela primeira. A humilhação rebaixa e há que ser forte. Não duvido e também não discordo, dependendo de que humilhação se trata. Quando perdemos os momentos exactos de agir, desperdiçamos também a oportunidade de não gerarmos situações mais delicadas. O orgulho de nos quedarmos nesses momentos, conduz-nos à humilhação que se avizinha. Pensa-se, por isso, que nem sempre temos de ceder e já o orgulho está de mãos dadas com a humilhação. Nunca se vêem juntos...um dá lugar a outro!
Confuso? Complicado? Sim, quando as razões para se ser orgulhoso ou para se humilhar não são saudáveis...

segunda-feira, março 17, 2008

A tolerância e o diálogo fazem muito...

Parabéns aos nossos jovens...Quando querem, como alguém dizia, são mesmo capazes de avançar e de dar muito à Igreja! Obrigada pelo esforço e pelo empenho. Que esta nossa chama, ainda que ventos ameacem extingui-la, se mantenha firme, fiel, paciente e perene.
Parabéns às crianças da catequese que numa presença forte e quase completa embelezou em muito a celebração de Domingo de Ramos.
Obrigada ao senhor padre por puxar por nós e por nos ajudar a puxar por ele... :) :) Os leigos também fazem o sacerdote que os serve...
Obrigada a todos que colaboraram... :) :) :)
Obrigada, Jesus, por me ensinares a louvar...

sexta-feira, março 14, 2008

Casas em chamas

Imaginai que a vossa casa está a ser consumida por um fogo intenso e que, entretanto, sois chamados a, senão a apagar, pelo menos ajudar a acalmar outros fogos, noutras casas. O que faríeis?

terça-feira, março 11, 2008

A Zé afirma e eu questiono....

Não interessa para onde se vai, mas a razão por que se vai?

Eça Agora

Eça Agora, Os Herdeiros de Os Maias é uma obra escrita por 7 autores, a 14 mãos, segundo os mesmos. Ainda que um pouco renitente quanto à sua leitura, lá foi comprar o livro para o ler. E só pensava: "vou desiludir-me, vou ficar à espera de algo parecido com o meu Eça e vai ser uma baldada de água fria que até me vou arrepiar." Não podia sequer pensar que alguém pudesse chegar à escrita musical, assertiva e inteligentemente crítica do meu Eça. Embora desta obra façam parte escritores que eu aprecio, confesso que duvidei da astúcia dos mesmos. E de facto, ainda que nada se assemelhe a Eça de Queirós, deparamo-nos com uma obra que representa a realidade de hoje. Uma escrita pertinente e perspicaz, com uma crítica severa à corrosão da nossa sociedade, com um toque de facilitismo em que todos parecem andar envolvidos e com um positivismo tremendo que faz muita gente sonhar! No fundo e no fim, fez-me lembrar uma telenovela, onde tudo está e acaba bem! Eça de Queirós, ao qual também são dadas algumas intervenções, é invocado numa sessão espírita e só João da Régua escuta e procura colocar em prática os conselhos que recebe do além. Se tivesse mesmo oportunidade, o que não diria Eça de nós hoje!!! Mas gostei...não pela história em si, mas pela incrível coincidência de enquanto estar a ler, e ainda que consciente de sociedades diferentes, eu nunca me ter afastado da obra original que deu origem a esta obra aventura, aliás muito bem conseguida!
Essa agora! Parecem coisas mesmo do além... :)
Se tiverdes oportunidade, lede... :)

De mais ninguém senão de ti...

" De mais ninguém, senão de ti, preciso
do teu sereno olhar, do teu sorriso,
da tua mão pousada no meu ombro.
Ouvir-te murmurar: espera e confia.
E sentir transformar-se em alegria
o que era, antes, confusão e assombro."

Carlos Queirós

sexta-feira, março 07, 2008

Mulher Humanidade

Força nascida lá longe,
no tempo dos tempos
sempre acrescentada,
entre o primeiro dia e do de hoje,
aí estiveste, aqui estás,
Teu nome, Mulher!

Porquê o Dia Internacional da Mulher? Por que não um Dia Internacional do Homem? É preciso um dia para lembrar as mulheres? São precisos dias para lembrar a Humanidade?
Os homens que não fiquem enciumados com a reserva deste dia para as mulheres. Se há necessidade de o celebrar, é porque algo não funciona muito bem nos restantes dias do ano! Oxalá, cheguemos ao tempo em que não haja Dia Internacional da Mulher...ou, por exemplo, da Paz!!! Oxalá, cheguemos ao tempo de todos os dias serem da Humanidade com Paz!

quinta-feira, março 06, 2008

À velocidade do gafanhoto ou ainda mais...

"A bibilhotice é como o gafanhoto: só desanda quando não resta mais folha para roer." *
Como correm as palavras!!! Nem os gafanhotos são tão diligentes a roer as folhas. A notícia espalha-se num ápice, tem vitaminas para alimentar a sede de informação alheia e de assuntos das nossas gentes. Eu própria me parece escutar pela primeira vez o que já sei, de tantas vezes que me repetem a mesma coisa! Será que não há mais nenhum tema de conversa?
Mais uma vez eu digo, se não temos que dizer, mais vale ficarmos calados! Eu sei que as notícias correm velozes, mas deviam respirar apenas nas pessoas que de certa forma se envolvem na questão. É bom falarmos acerca do que nos incomoda, mas atenção, é importante e mais indicado falarmos com as pessoas certas. Nem toda a gente nos sabe escutar e nem todos interpretam correcta e saudavelmente o que se lhes diz em jeito de desabafo...ou será que também alimentamos bisbilhotices? Fica a questão para reflexão futura...
*in Na Berma de Nenhuma Estrada, Mia Couto

Para ti que talvez não me leias...

Nunca mais
Nunca mais
Caminharás nos caminhos naturais.
Nunca mais te poderás sentir
Invulnerável, real e densa -
Para sempre está perdido
O que mais do que tudo procuraste
A plenitude de cada presença.
E será sempre o mesmo sonho, a mesma ausência.


Sophia de Mello Breyner Andresen

quarta-feira, março 05, 2008

O loureiro

Era uma vez um rio que corria pela planície verdejante. Nas suas margens foram crescendo muitas e variadas árvores, que bebiam da água da corrente e assim conseguiam manter-se viçosas, mesmo quando chegavam os calores do Verão.
Todas essas árvores gastavam as suas energias em ser muito altas, em ter muitas folhas, em dar flores e produzir frutos. Mas pouco ou nada se preocupavam com as raízes.
Por isso, o loureiro dizia-lhes:
- Eu prefiro investir a minha energia em ter boas raízes. Só depois pensarei na folhagem.
As outras árvores, orgulhosas por serem belas, riam-se do loureiro. Diziam-lhe:
- Loureiro, por que queres tantas raízes? Olha para nós que, mesmo com poucas raízes, somos muito belas.
O loureiro, apesar disso, não mudava de opinião. Dizia-lhes:
- Não fazeis caso das raízes. Oxalá que não venhais a arrepender-vos!
Um dia, veio uma grande tempestade que sacudiu todo o bosque. As árvores maiores, com grande ramagem e fracas raízes, caíram quase todas. O loureiro, como tinha boas raízes, permaneceu de pé.
As árvores que sobreviveram à tempestade aprenderam a lição do pequeno loureiro, e passaram a interessar-se em investir nas raízes.
in Toma e Lê, Pedrosa Ferreira

terça-feira, março 04, 2008

Pergunta extremosa, distraída, humorística ou outra qualificação qualquer???

Uma instituição de saúde adquiriu uma nova viatura para optimizar os serviços prestados à comunidade. Alguém se lembrou de que o automóvel haveria de ter uma madrinha. Para quê e porquê? Não sei, talvez só por motivos de rima, madrinha rima com carrinha...fica chique! Trataram de escolher a dita cuja e dirijindo-se ao senhor padre, surge a questão fenómeno: " É preciso alguma preparação para se ser madrinha de uma carrinha?" ... Valham-me todos os santos... Estavam à espera que o pároco lhes respondesse o quê? Que era necessário fazer ou voltar a fazer o código e a condução? Se calhar, se fossem baptizar uma criança não se preocupariam com essas coisas,que é mesmo assim que as designam, de coisas, com essa coisas de preparações para se ser madrinha ou padrinho. OS OBJECTOS NÃO SE BAPTIZAM...quando muito,benzem-se. Desculpai-me a banalização, mas seria o quê? Uma viatura movida a Espírito Santo? E os humanos mover-se-iam a gasolina, não? De facto assim sendo, não admira que se mimem objectos e se usem as pessoas. Por favor!!!! Onde é que estamos???