quarta-feira, março 05, 2008

O loureiro

Era uma vez um rio que corria pela planície verdejante. Nas suas margens foram crescendo muitas e variadas árvores, que bebiam da água da corrente e assim conseguiam manter-se viçosas, mesmo quando chegavam os calores do Verão.
Todas essas árvores gastavam as suas energias em ser muito altas, em ter muitas folhas, em dar flores e produzir frutos. Mas pouco ou nada se preocupavam com as raízes.
Por isso, o loureiro dizia-lhes:
- Eu prefiro investir a minha energia em ter boas raízes. Só depois pensarei na folhagem.
As outras árvores, orgulhosas por serem belas, riam-se do loureiro. Diziam-lhe:
- Loureiro, por que queres tantas raízes? Olha para nós que, mesmo com poucas raízes, somos muito belas.
O loureiro, apesar disso, não mudava de opinião. Dizia-lhes:
- Não fazeis caso das raízes. Oxalá que não venhais a arrepender-vos!
Um dia, veio uma grande tempestade que sacudiu todo o bosque. As árvores maiores, com grande ramagem e fracas raízes, caíram quase todas. O loureiro, como tinha boas raízes, permaneceu de pé.
As árvores que sobreviveram à tempestade aprenderam a lição do pequeno loureiro, e passaram a interessar-se em investir nas raízes.
in Toma e Lê, Pedrosa Ferreira

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