Toda a gente carece e, por conseguinte, toda a gente pede. Ainda que uns mais do que outros, mais directa ou indirectamente, a alta voz ou no resguardo do silêncio íntimo do coração, talvez o que se faça mais seja pedir, mais até mesmo do que amar.
Acção inata e incessante entranha-se nas palavras, nos gestos, nos olhos, nas mãos, tornando-nos seres irremediavelmente pedintes. Bom augúrio quando o pedido é carregado de humildade, verdade, sensatez e realidade possível ou, pelo menos, provável. Porque nem tudo se deve pedir e nem a toda a gente. Imagino Deus já contando umas quantas inimizades por se ver a braços com requerimentos urgentes para quem pede, mas inconcebíveis na perspectiva dEle. O que pedimos, a quem pedimos e como pedimos...importantes estes três aspectos. Merecemos, de facto, o que imploramos? Pedimos a quem devemos e no momento certo? Às vezes falta-nos esse discernimento, porque o egoísmo,o bem próprio e também o desespero transpõem o muro do altruísmo e do bom senso. E depois vem a raiva, visto que os pedidos não foram concedidos e a quem se pede deixa de ser bom ou útil. Contai as vezes que pedis e as vezes que agradeceis...notai a diferença! Não é mal pedir, já diz o povo " Quem não pede, Deus não ouve", mas peçamos com calma e lucidez de espírito! Sejamos justos com o que pedimos...
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