quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Abaliaçom do Prufeçôre do mêu Filho

As razões dum Pai

O gajo não presta. O gajo fala, fala, fala, mas o puto não entende pêva do que ele está práli a dizer e por isso é que não aprende.Depois, só porque o puto recebe uma mensagem no telemóvel, que até fui eu que lha mandei porque ele tinha deixado o gato fechado na cozinha,põe-se aos gritos com ele que preturba a aula. Preturba mas é o c....que o gato podia dar-nos cabo do almoço.O gajo é mas é parvo. Não tem compreenção pelos alunos, é o que é.Deu nega ao meu puto, mas agora quem vai ter a nega é ele! E vamos aver se pró ano, se calhar outra vez ao puto este gajo como professor,ele não le vai dar uma nota de jeito... não percisa ser um 5, que eu também sei que o meu puto não tem grande queda para os estudos, mas o que ele não tem é de andar praí a perjudicar o futuro dos miudos que assim com notas dessas, como é que vão comseguir tirar as facoldades?

O gajo quer é ser ele e os da sua laia a serem dotores só eles.

Eu cá já decidi. Nota negativa!

Mai nada!

(Enviado por email)

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Professores combalidos, sociedade doente...

" Os juízes julgam os homens que infringem a lei, os professores preparam-nos para que jamais se sentem no banco dos réus. Os psiquiatras tratam dos homens psiquicamente doentes, os professores educam-nos para que sejam sempre saudáveis. Os soldados aprisionam os homens que cometem os crimes, os professores educam-nos para que sejam sempre livres.
Os professores são poetas da vida. Precisam de recuperar a auto-estima. A esperança do mundo está sobre os ombros da educação. No entanto, a mais nobre das profissões tem-se tornado uma fábrica de stress. Por isso, a educação moderna tem de ter em alta conta o treino da emoção." *
Até me podeis dizer que nem todos os professores se preocupam, trabalham e pensam desta maneira na profissão que adquiriram e exercem,que se sedentarizaram nas rotinas e folhas que o tempo amareleceu, mas não se trata de avaliar aqui técnicas pedagógicas e muito menos de julgar ninguém, porém vale a pena reflectir sobre a profissão que, embora ainda nobre, se torna cada vez mais pobre...
* Treinando a Emoção Para Ser Feliz, Augusto Cury

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Não me apeteceu rezar...

Anteontem foi ao encontro do meu melhor amigo. Os amigos quando estão juntos colocam a conversa em dia, partilham novidades, sentimentos, opiniões. Nós, porém, permanecemos calados durante todo o tempo que o encontro durou. Verifiquei que, de igual modo, outros O procuraram e não me apeteceu encher-Lhe os ouvidos de preces, não me apetecia mesmo rezar, nem pedir, nem agradecer, mas fiquei ali sentada ao longo de minutos que não contei. Se tive pensamentos, deles não me recordo, tudo tem outra dimensão ali, só assim no silêncio...Enquanto Ele arquivava orações quem sabe para efeitos futuros de defesa pessoal dos orantes diante dEle próprio, as palavras todas se ausentaram de mim. Quando vim embora, pedi-Lhe desculpa por O ter incomodado para Lhe dizer nada. Respondeu-me sem palavras também, afinal eu merecia, mas encheu-me de confiança e de paz.
Ontem cheguei à igreja não para silenciar, mas para cantar. A espécie humana tem destas coisas, uns dias calam, outros dias cantam. Esperava vê-lo cá fora, ele está sempre cá fora, no entanto, desta vez não estava. Achei estranho, tinha quase a certeza de que ele não faltaria à cantoria. Decidi entrar para cumprimentar o meu melhor amigo e o coração bateu-me mais forte de espanto e de alegria. Diante do altar, bem lá no cima, bem pertinho dEle, sozinho, estava ele meio embrulhado no escuro e em silêncio...
Parece que andamos todos de palavras gastas e eu bem sei que aquela atitude, para mim e só para mim, não foi mera coincidência...

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Lâmpadas egoístas?.....

A meio da conversa, em escrita mordaz e linguagem metaforizada pergunta-me e responde-me:
- Sabes quantos psicólogos são precisos para mudar uma lâmpada? Apenas um, o que é preciso é que a lâmpada queira ser mudada.
Respondi-lhe:
- Naturalmente. A lâmpada só quererá ser mudada se estiver completamente fundida, sem réstia de esperança.
Retorquiu-me:
- E será, porventura, egoísmo da parte da lâmpada querer ser holofote se tiver capacidade para tal? Não poderá a sua luz ser mais útil e mais brilhante noutro sítio?
Entendendo-lhe a perspicácia, afirmei-lhe:
- Só Deus compreenderá o potencial de uma lâmpada e só Ele lhe poderá ajudar a determinar a intensidade e o lugar da sua luz. A luz nunca é demais onde sente e sabe que é precisa neste momento. E embora saiba que está algo mal atarrachada, a lâmpada acredita e aceita que é útil aqui e agora...E se assim não fosse, creio que estariamos todos às escuras!

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

A vida espera por nós se....

Bateu-me no vidro com um sorriso humilde e contra o tempo! Assustei-me, tinha acabado de entrar e estava atenta a que não viesse nenhum automóvel para poder sair do estacionamento. Abro o vidro e a senhora desfaz-se em desculpas.
"- Desculpe estar a incomodar, mas precisava que me fizesse um favor."
Não faço a menor ideia de quem era a senhora, mas prontifiquei-me a ajudar no que ela precisasse, se assim o pudesse cumprir.
"- Precisava do seu talão de estacionamento. Apanhei uma multa e pedem-me um talão que tenha sido tirado às 16h10m, hora da multa. De facto, deixei passar o devido tempo e não renovei o talão, mas se me pudesse ajudar, agradecia."
Olhei para o meu e, com muita pena minha, fazendo as contas não ia bater certo, pois eu tinha tirado o talão às 16h30m. De qualquer modo, deixei-o ficar com a senhora, que ficou depois a percorrer a fila dos carros e a apanhar alguns talões que alguém negligente deitou para o chão.
Não a pude ajudar, assim como também se torna árduo ajudar alguém que deixa a vida estacionada e se esquece dela. No entanto, ela nunca se esquece de nós e, por isso, para que acordemos, multa-nos com pequenas coisas às quais não sabemos a maioria das vezes atribuir significado. É ela a reclamar atenção...Distracções com algo de menor valor, fazem-nos relegar a vida para segundo plano, quando ela precisa de constante atenção, ainda que nos pareça aborrecida. Tudo tem o seu tempo e, se nos distraímos, esse tempo esvai-se num ápice...e a vida só espera por nós se a soubermos aceitar, mobilizar e rentabilizar.
Um fim-de-semana cheio de vida
Beijinho sereno

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

A peça que falta...

"Habituamo-nos a tratar os amores como electrodomésticos: quando se escangalham, vamos ao supermercado comprar um novo, igualzinho ao que o outro era. Consertar? Não compensa: o arranjo sai caro, além de que nunca se sabe muito bem onde procurar a peça que falta." *
A peça que falta é o amor autêntico e firme! Numa sociedade intolerante, seria óptimo que, realmente, o Amor não fosse banalizado, desperdiçado e comercializado!
*in Nas Tuas Mãos, Inês Pedrosa

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Uma vez sem exemplo.

Veio sorrateiramente ter comigo, com aquele sorriso de esguelha e matreiro que eu sei que traz algo para contar. Silenciosa e sorridente também, aguardei que ela falasse. Falou sem grandes delongas e rodeios e deu-me depois espaço para a minha opinião ou comentário. Ela também já me conhece e já devia fazer ideia do que provavelmente eu lhe diria.
Entrou agora na adolescência e a fase mais crítica ainda está para vir. Sabemos que nesta grande revolução de hormonas por mais que se lhes diga, parece que nada lhes convém. De qualquer modo, falei e manifestei-me contrária à atitude dela. Ela sabia que o ia ser...Procurei também falar directamente e não ir muito ao âmago da questão, o importante é fazermo-nos entender e não os rodearmos com matérias profundas. Escutou-me atentamente e quando acabei disse-me que tinha sido uma vez sem exemplo e sorriu, de forma diferente já. Uma vez sem exemplo...aquela vez pode não ter exemplo, mas serve ou poderá servir já de exemplo, basta uma vez para exemplo. Falei-lhe da atenção que devemos dar a estas vezes, pois as ocasiões para se repetirem voltam e não as reconhecemos ou não queremos reconhecer como gémeas das outras. No fim da conversa e sem tornar repetente o assunto, voltou a dar-me um sorriso igual ao primeiro e eu entendi-a bem...se tiver oportunidade voltará a fazer o mesmo! Não lhe podia dizer mais nada. Mais tarde ela virá a compreender e aprender com as vezes dela!

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Sem fermento

A manteiga encontrou-se com o açúcar, aos quais se juntaram três ovos, uma raspa de limão e um pouco do sumo do mesmo. Para terminar o combinado, a farinha não quis faltar, mas não pode participar. Misturado com ela devia estar o fermento que não marcou presença e se fez muito rogado. Ficou o bolo por fazer...Faltava-me o fermento...A uma hora da noite já adiantada, fechei os olhos para não me exasperar, pois eu tinha a certeza de haver fermento em casa, não me tivesse eu esquecido de que a minha irmã o tinha levado uns dias atrás.
Bem, paciência! Sem fermento nada feito e o bolo teve de ficar para o dia seguinte.
Nem de propósito, esta adversidade. Foi deitar-me a pensar no fermento, uma substância insignificante em grandeza, porém que faz toda a diferença. Pode ter-se tudo, mas se nos falta o que nos faz crescer, de nada nos servirão os restantes ingredientes e empreendimentos que possamos realizar.
Tinha chegado de uma reunião do grupo de jovens...Como é difícil...! Por vezes, tenho um certo receio de "exigir" demais ou "exigir" o que não podem dar. E muitas das outras vezes, não sei se utilizo bem o fermento ou se as pessoas não se deixam fermentar. Não sei...Não sei nada...Resta-me apenas pedir que Jesus me ajude a permanecer-Lhe fiel...

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Faz-me fiel....

Faz-me fiel, Amigo Jesus, faz-me fiel...

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

"Somos o que fazemos, mas somos, principalmente,o que fazemos para mudar o que somos." *

Esta semana foi semana de ouvir e calar e a muita gente lhe apeteceu dizer algo.
Saio em defesa dos jovens sempre que os bons argumentos e factos assim mo permitem. Porém, também reconheço que nem sempre são dignos disso. Confesso que, apesar de muitos serem os dedos e as línguas, sobretudo as línguas, apontadas injustamente para nós, sim, porque também eu sou jovem, esta semana refutei toda a verbosidade com o silêncio. Um silêncio dorido, assumo!! Muitas vozes a bichanarem-me aos ouvidos deixam-me exausta...e o que mais me consome não é a acusação das vozes, é o vulto de razão que elas carregam e justamente.
Falta muita coisa...tanta coisa...coerência entre actos e vontades, humildade, serviço...Falta testemunho vivo e esse vê-se...
Não somos detentores de todo o conhecimento e não somos os melhores do mundo! Por isso é que é necessário saber reconhecer as nossas limitações e trabalhar para as diminuir, sabendo que outras tantas aparecerão... Falta mudar o que somos...Falta ser e eu não encontrei palavras esta semana, porque estou cansada......e sem argumentos!!!
*Eduardo Galeano

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

"Lembra-te que és pó e ao pó hás-de voltar."

Quarenta dias penitenciais para uma nova oportunidade, para reflexão, para reconciliação, para renascimento, para vitória. Inicia-se o tempo quaresmal com a celebração da imposição das cinzas. Lembra-me, de facto, a morte, quando elas nos são derramadas sobre a cabeça, talvez em jeito de nos fazer reviver depois mais fielmente a alegria da ressurreição. Arrepia-me esta prática! Não sei porquê, nem me incomoda a certeza de morrer fisicamente.
"Lembra-te que és pó e ao pó hás-de voltar."
Lembra-te de que a oração é meditada, prolongada e até isolada.
Lembra-te de que o jejum não é tão somente tirar à boca, mas também tirar a todos os outros órgãos portadores de sentidos.
Lembra-te de que a esmola é na generosidade límpida, genuína e secreta que tem o seu maior valor.
Lembra-te de que nada és e que tudo o que te traga vanglória diante dos homens não te eleva aos olhos de Deus.
Lembra-te de que a oração, o jejum e a esmola só serão válidos se vividos no ânimo do Espírito.

terça-feira, fevereiro 05, 2008

A solidão cheira...intensamente!

Não são casos singulares e nem estão em vias de extinção. Moram sozinhos e a solidão para eles tem um cheiro forte e superabundante!
A cada passo o telefone toca e do lado de lá uma voz queixa-se de um cheiro insuportável lá em casa e pede para ajudar a encontrar uma solução ou pelo menos verificar qual a origem do odor. A quem lá chega não cheira a nada, mas os queixosos insistem no ar pesado e incomodativo que respiram. Por vezes, o único cheiro que lá se pode sentir é o de ambientadores vaporizados, propositadamente lançados para que, de facto, cheire a alguma coisa.
Moram sozinhos, de idade já entrada no tempo e ainda que a filha ou o filho more por cima ou ao lado, continuam a morar sozinhos numa solidão que quebranta os outros sentidos. Cheira-lhes intensamente a qualquer coisa e não querem distinguir a solidão. Ainda que por breves instantes, quem lhes acede ao pedido torna-se numa fonte de energia e atenção a que normalmente o abandono não dá lugar.
Cheira-lhes a solidão, vêem o desprezo, sentem a amargura, olham o nada e ouvem o silêncio. E afinal não são apenas os sentidos dos mais idosos que estão debilitados, são também os dos mais novos que não cheiram, não vêem, não sentem, não olham e não ouvem mais nada para além do bem-estar próprio...

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Profissionais de saúde

São pessoas iguais a todas as outras. Têm dias melhores e dias piores. Costumo dizer que cada ser humano, empenhado no que quer que seja, deve dar de si o seu melhor, não importando se está de bom ou de mau humor. E se o trabalho implica relações públicas, então aí é assunto ainda mais delicado.Só existem duas hipóteses: ou nos esforçamos por realmente ser o melhor de nós ou abandonamos a função, o que pelo menos seria o mais sensato. Por quê apontar exactamente profissionais de saúde? Porque eu acho que têm de ser pessoas portadoras de uma humanidade inquestionável. Lidam com pessoas doentes e como se não bastasse esse infortúnio, deveis calcular que ser atendido por uma pessoa mal encarada poderá ser ainda mais doloroso. E pior do que alguém maldisposto, é alguém indiferente...não olha, não toca e quase não fala!
É óbvio que há pessoas imensamente dotadas para exercer funções que exigem carismas acentuadamente filantrópicos, mas outras bem que podiam ter uma disciplina adicional nos currículos e ainda assim talvez ficassem àquem das expectativas ou até mesmo reprovassem.
Não estou com isto a querer ilibar todas as outras profissões, o bom humor e a simpatia assentam bem em qualquer uma, mas seria bom não adoentar também os espíritos de quem já sofre fisicamente. E dias pesados, toda a gente os tem...

Pessoas :)

Às vezes gostava de conhecer tão bem os números como sinto as pessoas. Era bem provável que ganhasse a lotaria...