Veio sorrateiramente ter comigo, com aquele sorriso de esguelha e matreiro que eu sei que traz algo para contar. Silenciosa e sorridente também, aguardei que ela falasse. Falou sem grandes delongas e rodeios e deu-me depois espaço para a minha opinião ou comentário. Ela também já me conhece e já devia fazer ideia do que provavelmente eu lhe diria.
Entrou agora na adolescência e a fase mais crítica ainda está para vir. Sabemos que nesta grande revolução de hormonas por mais que se lhes diga, parece que nada lhes convém. De qualquer modo, falei e manifestei-me contrária à atitude dela. Ela sabia que o ia ser...Procurei também falar directamente e não ir muito ao âmago da questão, o importante é fazermo-nos entender e não os rodearmos com matérias profundas. Escutou-me atentamente e quando acabei disse-me que tinha sido uma vez sem exemplo e sorriu, de forma diferente já. Uma vez sem exemplo...aquela vez pode não ter exemplo, mas serve ou poderá servir já de exemplo, basta uma vez para exemplo. Falei-lhe da atenção que devemos dar a estas vezes, pois as ocasiões para se repetirem voltam e não as reconhecemos ou não queremos reconhecer como gémeas das outras. No fim da conversa e sem tornar repetente o assunto, voltou a dar-me um sorriso igual ao primeiro e eu entendi-a bem...se tiver oportunidade voltará a fazer o mesmo! Não lhe podia dizer mais nada. Mais tarde ela virá a compreender e aprender com as vezes dela!
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