Perguntaram-me se eu gosto de viver na minha terra, porque nela pouco ou nada se passa e nem sabem como ocupamos o tempo! É verdade que não existem tantas distracções como em meios maiores e mais desenvolvidos, mas não faltam actividades, onde nos possamos empenhar. Além disso, não estamos agrilhoados a ela, aqui já chegaram os carros e podemos expandir-nos por outros recantos do mundo. De qualquer modo, como não poderia eu gostar da minha terra? Nasci aqui, cresci aqui...As minhas raízes não sabem viver senão aqui. O fruto pode ir a outros sítios, mas as raízes permanecerão neste solo! E tive sorte...algumas vezes dou comigo a pensar como seria eu se não tivesse iniciado a minha vida nesta terra pequena e acolhedora! A raíz dos meus primeiros passos, das minhas primeiras palavras, da minha educação, da minha fé, dos meus primeiros amigos (que ainda hoje conservo) ...Está tudo aqui...Tal como um filho não deve renegar os pais, também eu não posso renegar a minha terra! Talvez não tenha aqui o meu futuro, também sinto isso muitas vezes, mas é a minha terra...com coisas menos agradáveis, como em todos os sítios, mas com um sossego aprazível, com uma beleza incomparável e com um cheirinho a colo que não existe em nenhum outro lugar...
Sem comentários:
Enviar um comentário