Feitas de meninice e humildade, aquelas lágrimas brotaram-lhe apressadas e aliviadas. De tão sufocadas que estavam, não conseguiram permanecer lá dentro por muito e mais demorado tempo e renderem-se ao pranto da emoção. Anunciaram-se numa contracção de músculos faciais que só as crianças conseguem fazer em momentos que o coração mais parece querer saltar cá para fora.
A certeza de que aquele ser humano adulto sabia mais do que um miúdo de 10 anos, mas que, realmente, não deixou de ser uma criança de 10 anos, ficou bem expressa naqueles olhos humedecidos e nos lábios trementes. Comoção invejável para quem já deixou apagar dentro de si mesmo a criança que foi outrora. Lágrimas profundamente sentidas e puras, lavando o mérito de 50.000 euros ganhos, impregnados de sabedoria, simplicidade e dedicação, e enxugando a necessidade num abraço apertado e prolongado.
Mais do que prova dos seus conhecimentos, provou a magnanimidade e a vantagem de se ser criança, ainda que fisicamente já crescida ...
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