Nunca entendi muito bem a razão de os defuntos levarem um terço nas mãos. Podem dizer-me que é tradição, que é sinal da devoção e crença da pessoa, mas mesmo assim confunde-me. Dá-me uma ideia de oração morta e parece que só seremos reconhecidos por o levarmos entre as mãos. Ainda que o tenham desfiado muitas vezes na terra, continua a fazer-me confusão. E às vezes dá-me a sensação de que não é mais do que um último pedido do defunto "Rezai por mim". Os que cá ficam têm a obrigação de o fazer, mas algumas vezes também me parece que a oração é mais morta para os vivos do que para os mortos. Não compreendo muitas coisas, sei muito pouco e tenho ainda mais dúvidas. O terço que também morre nas mãos do defunto é também uma espécie de passa a tarefa de rezar para quem já não o pode fazer. Como se deve estar num velório? Há quem se disponibilize para rezar o terço, há quem chore a perda do ente querido, há quem permaneça calado em união com o sofrimento dos outros...e há quem fale, fale, fale...alto, alto, alto... e de coisas banais que não têm lugar ali. Onde é que a oração estará mais morta? No defunto ou na boca de quem a pode proferir e não o faz?
1 comentário:
Boa noite Ana
É logico que é na boca de quem não a faze poderia-a fazer, mas mais grave do que isso para mim é o de muitas famílias durante os primeiros meses mandarem rezar missas mensais, e após o rito que a nossa sociedade estipulou, ou seja , um ano, nunca mais mandam rezar seja o que for ou então passam a rezar por obrigação uma vez por ano. É triste dizer isto mas é a mais pura realidade...
Beijinhos (anónimo) TRIM (Lols)
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